Por Helena Liberato, Analista de Marketing na Way2 | 22 setembro, 2021 | 0 Comentário(s)
Gestão e redução de energia elétrica no varejo
O setor varejista é um grande consumidor de energia elétrica, principalmente porque são muitos equipamentos envolvidos na operação do negócio. Em supermercados, por exemplo, a refrigeração de produtos representa até 40% do consumo total. Para redução dos custos com energia no varejo, a solução é a gestão e monitoramento do consumo.
Um dos maiores custos do setor varejista é a energia elétrica. Entidades estimam que ela é a segunda maior despesa de supermercados e shoppings centers. A Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) aponta que a despesa com energia elétrica varia entre 1% e 2% do faturamento nos estabelecimentos do varejo. E levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) confirma ainda que a conta de energia supera as despesas com aluguel e está atrás apenas da folha de pagamentos.
Ainda assim, muitas empresas encaram sua fatura mensal como um custo padrão que não há como evitar ou gerenciar. Ignoram que a energia elétrica é uma despesa controlável como qualquer outro custo operacional e que, se bem gerida, pode representar economias expressivas.
O primeiro passo para iniciar essa gestão é identificar os processos e recursos que têm alto consumo nas operações do negócio, além dos pontos de ineficiência energética que podem ser sanados. A partir daí, torna-se mais fácil traçar um planejamento estratégico de ações visando à redução de custos com a energia no varejo.
Principais custos que envolvem energia elétrica no setor varejista
No varejo, os supermercados são os que mais consomem energia, principalmente por causa da refrigeração de produtos, que representa até 40% do consumo total. Além da refrigeração, há toda a instalação de ar condicionado, iluminação, ventilação e outros equipamentos.
Rotinas mal planejadas, falta de manutenção e falta de conscientização das equipes sobre o uso racional e responsável da energia também representam fontes de desperdício que afetam o volume total de energia consumido.
Confira alguns dos principais causadores de custos extras com energia:
Equipamentos obsoletos
No setor varejista, a escolha de equipamentos e sua adequada manutenção têm um peso enorme na conta de luz. Aparelhos de ar condicionado, por exemplo, podem gastar entre 30% e 60% do consumo total de energia de uma empresa do varejo, segundo dados da Associação Brasileira de Ciência Ecológica e Conservação (Abeco).
Baixo fator de potência
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) determina que o fator de potência seja mantido o mais próximo possível de 1, com tolerância para um mínimo de 0,92. Abaixo disso, indica-se uso impróprio e cobram-se multas na fatura de energia. O dimensionamento indevido de motores e equipamentos, seu uso inadequado, bem como a presença de lâmpadas fluorescentes e de transformadores sem carga, são algumas causas prováveis.
Alto consumo de energia no horário de ponta
O horário de ponta é o período do dia em que há maior demanda por energia e uma maior pressão sobre o sistema elétrico. Por isso, a tarifa de energia nessa faixa de horário é mais elevada. Um alto consumo no horário de ponta têm grande impacto sobre a despesa total.
Algumas empresas acionam geradores próprios nessa faixa de horário, para evitar o custo mais elevado. Outras buscam também escolher um modelo tarifário que otimize o seu consumo, podendo representar economias de até 20% na fatura mensal.
Demanda contratada de energia não atende o perfil de consumo da empresa
Dois aspectos relacionados à contratação de energia têm grande impacto na despesa energética: o correto dimensionamento da demanda contratada junto à distribuidora local e o ambiente de compra. Em relação à demanda contratada, tanto uma demanda subdimensionada, quanto uma demanda superdimensionada, representam prejuízo e custos mal gerenciados.
Quando é subdimensionada, a empresa paga o excedente utilizado, além de multas sobre o montante ultrapassado, com uma tarifa duas vezes maior por quilowatt. Quando é superdimensionada, paga-se mais demanda do que se utiliza de fato, pois o faturamento não se dá sobre a demanda medida, mas sim sobre a demanda contratada, nesse caso.
Estratégias para reduzir custos com energia no varejo
Agora que você já conhece os principais causadores do alto consumo e custos com energia elétrica em supermercados e demais empresas do varejo, é necessário entender as ações possíveis para economia de energia.
Cada empreendimento possui uma estrutura e comportamento de consumo diferente, assim como as alternativas de redução de energia. Portanto, o primeiro passo para a criação de um plano de economia de energia é realizar um diagnóstico energético para entender o perfil de consumo do negócio.
Esse diagnóstico só é possível a partir de um monitoramento minucioso do consumo de energia de cada operação. Apenas com esse olhar, é possível identificar os pontos de melhoria que devem ser explorados e tratados como metas principais na estratégia do negócio.
Abaixo alguns exemplos de ações de redução de custos com energia que podem estar em um planejamento energético:
- Programa de conscientização de consumo para os colaboradores;
- Substituição de máquinas por modelos mais modernos;
- Adequação no sistema de iluminação para uso de lâmpadas mais econômicas no modelo LED;
- Instalação de portas nos balcões de refrigeração para evitar a dissipação do frio;
- Automação do ar condicionado;
- Sistemas de recuperação de calor;
- Realizar a medição e monitoramento de energia por setor;
- Migração do mercado cativo para livre.
Tecnologia na gestão e monitoramento de energia
Há soluções para redução de custos de curto, médio e longo prazo para empresas de todos os portes e características. Mas, seja qual for a estratégia adotada, ela certamente passa pela gestão e monitoramento dos dados de energia, pois apenas assim é possível enxergar a realidade operacional de uma loja e identificar pontos de melhoria para uma maior eficiência energética.
Para isso, é importante poder contar com uma tecnologia que possa realizar o monitoramento desses dados energéticos em tempo real, suportar a gestão das faturas de energia e ainda apresentar informações relevantes que sirvam de insights para atingir os objetivos do negócio.