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Por Alex Mariano, Diretor de Inovação e Tecnologia na Way2 | 15 abril, 2021 | 0 Comentário(s)

Mobilidade elétrica no Brasil: ainda estamos longe de alcançar?

A mobilidade sustentável está em ascensão, principalmente, nos mercados da China, Europa e EUA. Qual o caminho estamos seguindo no Brasil? A tecnologia pode abrir espaço para ampliar a performance desse ecossistema.

mobilidade elétrica no brasil

Começou a semana. Logo cedo, saí de carro para deixar minha filha na escola e em seguida voltei pra casa para participar de algumas reuniões online. Depois do almoço, segui para o escritório usando uma bicicleta alugada e na volta, optei pelo ônibus como meio de transporte, uma vez que seus horários de passagem são bem frequentes.

Convido você, leitor, a ler novamente o parágrafo anterior tendo em mente que todos os veículos mencionados são elétricos. Esse não é um exercício de futurologia, mas sim uma realidade em alguns lugares do mundo, principalmente China, na Europa e nos EUA. 

Na cidade de Shenzen (China), por exemplo, praticamente 100% da frota de ônibus (cerca de 16 mil unidades) já é elétrica. Na Noruega, 13% do estoque de veículos leves não emite CO2. No mundo, os veículos elétricos e híbridos representaram 2,6% das vendas globais de automóveis em 2019, tendo uma estimativa de alcançar 57% em 2040.

Caminhos para a Mobilidade Sustentável no Brasil 

Considerando uma população cada vez mais atenta aos impactos ambientais e sociais derivados de suas escolhas e costumes, a substituição da frota mundial de veículos à combustão pelos elétricos e/ou híbridos é inevitável ao longo do tempo, mas ainda teremos uma longa jornada rumo à mobilidade sustentável.

Em seu mais recente livro intitulado “Como evitar um desastre climático”, Bill Gates provoca: fontes renováveis como a energia solar e a eólica podem de fato nos ajudar a descarbonizar a eletricidade, mas representam 30% das emissões. É preciso então um olhar mais atento para os 70% restantes. Os sistemas de transporte, por exemplo, são responsáveis por 16% das emissões em nível global. 

Portanto, é notório o potencial que o Brasil tem de caminhar mais rapidamente em direção à mobilidade elétrica e sustentável. No lado da geração de energia, contamos com 83% da nossa matriz elétrica proveniente de fontes renováveis. Além disso, somos o segundo maior produtor de etanol do mundo, um biocombustível muito bem-vindo aos veículos híbridos. 

O contraponto está no simples fato de que antes da mobilidade elétrica, vem a mobilidade urbana e todos os desafios que ela carrega. Ou seja, não adianta termos uma frota de veículos 100% eletrificada se continuarmos a ficar parados no trânsito. Estaríamos ainda longe da mobilidade sustentável.

Mobilidade e a relação com o setor elétrico

Por sermos um país com dimensões continentais, além da frequente interlocução entre os atores da mobilidade, é preciso que cada região identifique sua vocação e comece a pensar o transporte de forma mais verde. Em cidades com avenidas mais largas e com corredores exclusivos para ônibus, por exemplo, por que não pensar em eletrificar o transporte coletivo? 

Em cidades com maior densidade demográfica, por que não investir na micro-mobilidade (bicicletas, motonetas e patinetes)? Em regiões turísticas (lazer ou negócio), faria sentido que as frotas das locadoras de veículos deixassem de consumir combustível fóssil. Em todas essas hipóteses, deixaríamos de emitir CO2 tanto na geração da energia (dada a nossa vocação às renováveis) quanto na rodagem dos veículos.

Caminho aberto para a tecnologia

A todo esse cenário de mobilidade sustentável, adicionemos a iminente modernização do setor elétrico, através da qual cada vez mais consumidores poderão escolher de qual empresa compram sua energia e outros serviços adjacentes. Abre-se, consequentemente, uma avenida para a geração de novos modelos de negócio. 

Nesse âmbito, a tecnologia terá um papel fundamental para garantir escalabilidade, performance e uma boa experiência ao consumidor através da integração entre vários sistemas do ecossistema de mobilidade.  

Voltando ao início do texto, estou ansioso pelo momento em que o meu celular me trará informações de quão verde foi a minha mobilidade pessoal durante o dia. Sejamos otimistas: estamos próximos.

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