Por Greyci Girardi, redatora na Way2 | 12 abril, 2019 | 0 Comentário(s)
Eficiência energética: como alcançá-la nas empresas?
A eficiência energética nas empresas é uma estratégia que busca otimizar o consumo de energia por meio de diversas ações para redução de custos.
Diminuir custos de operação e com isso aumentar a margem de lucro e o grau de competitividade no mercado, certamente é o desejo de todo empresário, seja qual for o nicho de atuação. Muitos desconhecem, mas a eficiência energética nas empresas está diretamente ligada a essa capacidade de se tornar mais competitivo e de alavancar resultados. Com tarifas de energia cada vez mais altas, saber como usar esse recurso de forma racional e eficiente torna-se um diferencial.
Ainda assim, poucas são as empresas que contabilizam o consumo da energia como um insumo de produção relevante. Trata-se de um controle bastante importante no negócio, já que a energia é uma despesa variável que pode ser reduzida de forma significativa com um planejamento adequado. Quem ainda considera a energia como despesa fixa perde uma chance de economizar recursos e otimizar processos.
O que é de fato eficiência energética em uma empresa?
De forma simples e resumida, é produzir mais, ou pelo menos a mesma coisa, tendo um gasto de energia menor.
Se você gasta x de energia para fabricar uma caneta ou para fazer sua loja operar durante uma hora e seu concorrente gasta 0,8x, você já ficou para trás.
O seu concorrente não apenas paga uma fatura de energia mais baixa no final do mês, como também fica mais competitivo, porque consegue obter maior eficiência operacional. Se não bastasse isso, com essa economia, ele ainda pode fazer novos investimentos no negócio ou mesmo reinvestir na manutenção da eficiência energética na empresa dele. Ou seja, você ficou para trás mesmo.
Por que ela ainda é excluída do planejamento de tantas empresas?
Porque nem sempre é fácil resistir à tentação do imediatismo, que faz com que muitas empresas priorizem investimentos com retorno em curto prazo, como novos produtos ou expansão do mercado (nem sempre sustentáveis).
Medidas que têm como objetivo alcançar a eficiência energética oferecem, como regra geral, resultados em médio e longo prazo. Mas, devemos ter claro que apesar de os resultados não serem imediatos, eles são sustentáveis e vão muito além da redução da fatura de energia ao fim do mês, como já foi dito.
Como alcançar a eficiência energética para trazer melhorias?
É preciso, antes de mais nada, o autoconhecimento. A empresa precisa conhecer em detalhes e de forma sistemática seus hábitos de consumo: quanta energia gasta, como gasta, onde gasta, quais são os gargalos em seus processos e comportamentos que acarretam desperdício e que medidas podem corrigi-los para que a eficiência seja uma realidade no negócio.
A partir desse controle, é possível planejar ações adequadas à cada empresa para que as soluções e os investimentos sejam direcionados aos pontos em que realmente se pode obter ganho na eficiência energética. E aí, dependendo de qual é o negócio, podemos estar falando de soluções simples ou mais completas que demandam investimento. Sejam quais forem essas ações, normalmente se relacionam a:
- Tecnologia: aquisição de produtos, equipamentos ou serviços que tragam maior eficiência, desde a compra de aparelhos de ar condicionado com selo A do Procel, por exemplo, a aquisição de motores de alto rendimento até a instalação de medidores inteligentes.
- Controle: refere-se ao acompanhamento sistemático do consumo de energia da empresa, para que seja possível identificar pontos que acarretam desperdício e oportunidades de melhoria contínua dos processos. Incluem-se aqui controles “caseiros”, como a alimentação de planilhas ou controles mais profissionais, como os softwares de gestão de energia que levantam indicadores para a definição de metas e ações de consumo eficiente.
- Comportamento: a cultura organizacional é um fator relevante na eficiência energética de uma empresa, já que a eficiência é diretamente influenciada por hábitos e comportamentos de cada um dos colaboradores. Aqui estamos falando de iniciativas simples, como a promoção de campanhas para desligar luzes e computadores ao término do expediente, até ações mais complexas, como treinamentos para uso adequado de equipamentos, conforme recomendação dos fabricantes e mudanças em procedimentos ou turnos de trabalho para otimizar o gasto de energia nas tarefas desenvolvidas.
Nunca é demais lembrar que tudo que se desperdiça em uma empresa é pago da mesma forma que se paga o insumo efetivamente utilizado. Mudar a cultura e incorporar a mentalidade da eficiência energética dentro de uma organização é, portanto, um ganho enorme para o negócio.
Modelos sustentáveis de operação e produção
A Organização Internacional do Trabalho estima a geração de 24 milhões de novos postos de trabalho em decorrência de ações para eficiência energética nas empresas. O menor consumo de energia em empresas e indústrias traz como reflexos também menor impacto ambiental, produtos e serviços mais baratos à disposição dos consumidores e menos gasto governamental na expansão da matriz energética, com recursos públicos podendo ser direcionados a outras finalidades. São benefícios expressivos para a sociedade e que vão ao encontro de uma busca que é planetária por modelos mais sustentáveis de negócio.
Portanto, ao alcançar a eficiência energética, uma empresa estará indo muito além de reduzir seu gasto com energia e de deixar seu negócio mais competitivo. Ela se torna protagonista de uma mudança nos modelos operacionais, que é tendência mundial e que busca uma relação mais responsável e sustentável com a energia. As empresas que trilham esse caminho participam diretamente de uma transformação que beneficia de forma relevante a sociedade como um todo e abre novas oportunidades de investimentos e resultados.