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Por Jefferson Kobs, Lead Product Manager na Way2 | 3 março, 2021 | 0 Comentário(s)

O crescimento dos produtos SaaS e os impactos no Setor Elétrico

O setor elétrico utiliza em grande parte produtos SaaS em todas as suas atividades, desde a área operacional até a gestão de indicadores de performance, visando maior eficiência energética, redução de custos e aumento da produtividade.

produto saas no setor elétrico

De acordo com o instituto Gartner, o fornecimento de produtos SaaS (Software as a Service, em inglês) continua sendo o maior segmento do mercado de software com um crescimento de US$120,9 bilhões em 2021. Dentre os principais benefícios da popularização da tecnologia SaaS, estão a independência de infraestrutura de hardware para hospedagem e o espaço aberto para uso de ferramentas colaborativas online, impulsionadas pelo cenário pandêmico atual.

O ano de 2020 foi considerado bastante desafiador, tanto para pequenas quanto grandes empresas. O cenário pandêmico exigiu adaptação e replanejamento de empresas dos mais variados segmentos que não estavam preparadas para atuarem nessa nova realidade. Reinventar-se e ser flexível à situação apresentada nunca foi tão urgente e necessário.

No setor elétrico não foi diferente, o segmento de mercado também passou por mudanças significativas, principalmente na distribuição de energia. No entanto, ainda esbarra em algumas limitações para avanço no mercado de produtos SaaS.

Nesse contexto, o uso de tecnologias SaaS se tornou uma tendência que deve se consolidar no futuro do setor elétrico, impulsionando a digitalização do setor e impactando nas operações de empresas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.

Nos próximos anos, o setor elétrico deve continuar atravessando uma fase de mudanças consolidadas pela adoção de tecnologias disruptivas direcionadas para promover a descentralização, digitalização e descarbonização do setor.

Setor elétrico e a consolidação de produtos SaaS

O setor elétrico utiliza em grande parte, produtos de software para todas as suas atividades, desde a área mais operacional para rotas de leitura em campo ou gestão de manutenção nas distribuidoras, até a gestão de indicadores de performance de uma usina ou da gestão de perdas por localidade em uma determinada região.

As novas tecnologias utilizadas para coleta de medidores telemedidos utilizam alguma interface web para gestão dos dados. Podemos destacar duas que vêm sendo utilizadas em diversos casos, como servidores MQTT ou redes LoRa

No geral, essas tecnologias exigem a utilização de servidores operando em modo SaaS para hospedagem da coleta dos dados e repasse para servidores definitivos. Ainda não é o destino final, mas o caminho para a obtenção dos dados. Com a abertura dessas possibilidades, é possível vislumbrar novos horizontes de utilização de ofertas de produtos SaaS.

Com a consolidação de grandes grupos no mercado de Distribuição como a Enel, StateGrid, EDP, Iberdrola e Equatorial, se fortalece no Brasil uma gama de possibilidades já exploradas em mercados no exterior. Esses grupos, em sua maioria europeus, trazem em sua bagagem a utilização e experimentação de ofertas de produtos SaaS. 

Mesmo sem os incentivos ideais para utilizar esse tipo de oferta, devido à metodologia de remuneração aplicada para as distribuidoras, existem diversos cases de sucesso em que a avaliação para utilização de SaaS ou até de PaaS (Product as a Service) se torna mais relevante do que obter a devolução do montante investido.

Mas, por que implementar produtos SaaS nas distribuidoras?

Mesmo no cenário pandêmico com a necessidade evidente de implementar produtos SaaS, visando maior eficiência energética, redução de custos e aumento da produtividade, as ofertas de produtos SaaS não são incentivadas nas distribuidoras, funcionando ainda por meio de compra de licenças perpétuas de software. 

Elencamos dois motivos importantes e que devem ser considerados na hora de adquirir um produto SaaS: Segurança dos Dados e Modelo de Remuneração.

Segurança dos Dados

Segundo a Netskope, o ano de 2021 reserva grandes desafios para o controle da Segurança da Informação. Como muitas empresas tiveram que se adaptar rapidamente à necessidade de utilização de produtos em nuvem, o risco de vazamento de informações importantes, não somente de pessoas físicas, mas montantes financeiros sensíveis de grandes grupos se tornaram mais comuns. 

Pensando nisso, o mercado de Distribuição de Energia, prefere investir em licenças de produtos, em que podem fazer a gestão da rede e do banco de dados das soluções adquiridas. Esse impeditivo faz com que a aquisição de produtos SaaS, muitas vezes, seja desconsiderada. No entanto, com o crescimento da necessidade de maior robustez nos produtos e com as diversas formas de validar a violabilidade desses produtos, o cenário pandêmico pode ajudar a acelerar essa mudança de paradigma. 

Método de remuneração

As distribuidoras de energia utilizam como base o método de remuneração baseado em OPEX e CAPEX. Em resumo, OPEX são despesas operacionais e CAPEX são despesas de capitais. As distribuidoras de energia, conforme a regulação, conseguem obter remuneração na fatura de energia dos consumidores, tudo o que for investido no formato CAPEX. As licenças perpétuas de software entram nessa conta.

Quando um produto é comprado no formato SaaS, conta como OPEX e, portanto, a mensalidade paga não pode ser remunerada via fatura de energia dos consumidores. Nesse formato, comprar licenças perpétuas é muito mais atrativo. No mercado vem se destacando o termo TOTEX.

Cabe à distribuidora avaliar se o valor entregue por uma plataforma SaaS é considerado relevante em comparação a produtos com licenças perpétuas.

Mercado de produtos SaaS

O mercado de produtos SaaS mudou em 2020 e deve permanecer em constante evolução nos próximos anos. As ofertas de produtos SaaS se tornaram tendência em todos os setores, inclusive no elétrico.

As empresas precisam se adaptar a essa nova realidade, e entender a melhor forma de adquirir produtos que oferecem maior custo benefício de acordo com a necessidade de cada stakeholder.

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