Por Nathália Viegas, Analista de Marketing e Conteúdo | 22 fevereiro, 2024 | 0 Comentário(s)
Tendências e perspectivas para o setor elétrico brasileiro nos próximos anos
A abertura do mercado livre e a transição energética impulsionada pelo investimento em fontes renováveis se tornam temas centrais da política energética do país e essas movimentações do setor elétrico brasileiro vão perdurar pelos próximos anos. Neste momento, é importante entender como cada segmento se encaixa neste novo cenário para aproveitar as oportunidades.
A tão esperada abertura do mercado livre para todo o Grupo A chegou e, com ela, muitos outros desafios, tendências e perspectivas para o setor elétrico brasileiro nos próximos anos. O grande volume de novos consumidores, que agora podem migrar para o novo ambiente de contratação, terá impacto não só nas comercializadoras de energia, que contarão com muito mais clientes em potencial para prospectar, mas também nas distribuidoras.
Com a abertura do mercado, as grandes empresas de distribuição de energia terão que se adaptar, investindo em tecnologia e inovações para lidar com um número cada vez maior de dados provenientes do ACL. Enquanto o mercado livre segue em um exponencial crescimento no Brasil, o mundo vem colocando esforços em ações e investimentos que impulsionam a transição energética.
O cenário brasileiro neste contexto é favorável. De acordo com o relatório “Energy Transition Investment Trends 2024” da BloombergNEF, o país figura como o sexto, em um ranking global, que mais investiu em transição energética, destacando-se como líder na América Latina. Tendências e mudanças como as citadas anteriormente estarão cada vez mais presentes com o avançar dos anos e abaixo falaremos especificamente sobre cada uma delas.
Migrações para o mercado livre vão ultrapassar os 15 mil em 2025
Entre 2024 e 2025, quase 17 mil unidades consumidoras estarão no mercado livre de energia. Os dados são referentes às intenções de migração registradas para este ano e o próximo e constam em base atualizada pela Aneel. Desse total de migrações, mais de 15 mil (94%) são de consumidores com demanda inferior a 500 kW, sendo beneficiados pela Portaria 50/2022 e caracterizados como varejistas.
O Grupo A, que é composto predominantemente por empresas, hoje, é o único que pode estar no Mercado Livre de Energia. Ele conta com aproximadamente 202 mil unidades consumidoras que recebem energia em média e alta tensão. Dentre essas unidades, mais de 38 mil já estão no ambiente livre, portanto, o potencial adicional de migração está em 164 mil unidades consumidoras com a abertura. Já as UC’s inseridas no Grupo B, que operam em baixa tensão, totalizam 89 milhões. Embora, atualmente, essas unidades não tenham a permissão de migrar para o mercado livre, é possível que até 2030 essa realidade mude.
Eficiência operacional para comercializadoras
Toda essa expansão, embora represente oportunidades promissoras para as comercializadoras, impõe desafios significativos a todos os agentes do setor. A adaptabilidade dessas empresas será crucial para incorporar a função de varejista em grande escala e obter eficiência operacional. Será determinante saber utilizar dados de forma estratégica, tanto para atrair consumidores livres quanto para administrar a carteira de clientes. Esta é uma das mais promissoras tendências e perspectivas para o setor elétrico brasileiro nos próximos anos.
Para atingir esse objetivo, é indispensável o investimento em tecnologia e processos que otimizam toda a operação. Nesse processo, é crucial considerar não apenas as ferramentas oferecidas pelas plataformas que apoiam a gestão de energia, mas também o histórico e a expertise da empresa responsável pelo software. Optando pela PowerHub, software da Way2, a comercializadora receberá não apenas um software inteligente, mas também todo o apoio de uma empresa que é especialista em fornecer tecnologias que asseguram a qualidade dos dados de energia, transformando-os em soluções eficazes para o setor elétrico brasileiro.
Soluções tecnológicas para a atuação das distribuidoras de energia
No cenário da distribuição, com a abertura do mercado, há o desafio de gerenciar um número cada vez maior de dados de energia provenientes do mercado livre. O que pode ser visto como uma oportunidade estratégica de aprimorar a eficiência operacional e investir em inovação. As distribuidoras de energia podem optar pela adoção de tecnologias avançadas para a gestão da medição, utilizando a Plataforma Integrada de Medição (PIM), e de medidores inteligentes.
Ou até mesmo pela oportunidade de investir em uma Operação Onsite, com o objetivo de garantir mais qualidade dos dados de medição, segurança na contabilização de informações e integração com sistemas diversos. Considerando que até 2030 esse número se multiplicará para milhões e olhando as atuais tendências e perspectivas para o setor elétrico brasileiro, uma abordagem proativa diante desse cenário dinâmico permitirá que as distribuidoras de energia estejam bem posicionadas para colher os benefícios proporcionados pela liberalização do mercado.
Mais investimentos em fontes renováveis
Como trazido na introdução deste artigo, o Brasil – segundo relatório “Energy Transition Investment Trends 2024” da BloombergNEF – foi um dos que mais investiu em transição energética. Quando analisamos o documento, ele revela que o país investiu mais de R$30 bilhões e que, a maior parte do dinheiro, foi destinado à geração de energia renovável. De fato, o país figura em um papel de destaque frente ao mundo, contando com uma matriz altamente diversificada e limpa. E tem potencial para gerar ainda mais “energia limpa”.
Hoje, o potencial de geração renovável por meio das eólicas offshore, parques que contam com a colocação de turbinas em águas mais profundas para aproveitar maiores rajadas de vento, é de 700 GW (equivalente a 50 hidrelétricas de Itaipu), segundo a EPE. No entanto, ainda não existe operação neste modelo no Brasil. Atualmente, o mercado brasileiro aguarda a definição do marco legal das eólicas offshore, aprovado na Câmara, que trata de questões como o preço do gás natural e a recontratação de usinas a carvão até 2050, gerando expectativas sobre os próximos passos no setor elétrico.
Diante desse cenário, para que a expansão das fontes renováveis persista, é preciso pensar em ações que sustentem de forma eficaz as operações das grandes usinas de geração centralizada. Seja adotando o uso de produtos voltados para o atendimento regulatório, ou de gestão dos dados, para garantir consistência e confiabilidade nas informações geradas. Na Way2, as usinas de geração de energia podem contar com o Centro de Operações da Medição para fazer a gestão do sistema de medição para faturamento de energia e o gerenciamento da operação das medições climatológicas.